Eterna aprendiz

Não existe nada mais fatal para o pensamento que o ensino das respostas. Para isso existem as escolas: não para ensinar as respostas, mas para ensinar as perguntas. As repostas nos permitem andar sobre terra firme. Mas somente as perguntas nos permitem entrar pelo mar desconhecido" (Rubem Alves)

sexta-feira, abril 22, 2005

Eterna orquestra sonora

quinta-feira, abril 21, 2005

ETERNA ORQUESTRA SONORA

Vivemos enamoradas já há muito tempo. Gosto de senti-la, escutá-la, perceber suas nuances, sutilezas e tonalidades.
É um casamento perfeito. Acho que posso até dizer que jamais cansei dela. Ela é grande companheira.
Sabe ser romântica, revolucionária, simples ou sofisticada. Parece saber quando e como preciso dela. Não consigo me imaginar separada e, por isso, dia após dia, declaro meu amor a ela: o nome desta paixão é música.
Somos música desde o primeiro movimento que nos gerou, pois música não é apenas melodia organizada, mas também sons, gemidos, sussurros, falas.
Música é som. Som é movimento. Movimento é vida. Duvidam vocês que o espermatozóide e o óvulo que nos geraram tinham uma trilha sonora própria? Tente imaginar-se um ser microscopicamente dotados de ouvidos internos, e sinta a intrépida melodia do agente yang, roqueiramente buscando sua chamada ying, óvulo que o espera com uma doce melodia de passividade romântica.
E depois do encontro um súbito e quase inaudível tamborzinho tribal dá suas primeiras batidas de vida, anunciando o novo ser que surge.
O micro ser já escuta lá de fora carinhosas melodias que lhe parecem direcionadas. E, por dentro, na medida em que cresce no útero da mãe, já tem faixas musicais preferidas: a batida do coração materno, o som do alimento que chega, o silêncio...
Certo dia, quando tudo parecia o paraíso, ouve os sons dos “de fora”, com mais nitidez e, de repente, uma robusta trilha sonora. Mais tarde conhecerá esta estranha canção chamada choro. Choro de quem chegou, e que depois se transformará em riso, choro, riso, pêndulo rítmico da vida.
E, aos poucos, e cada vez mais, a música vai se instalando nos músculos, olhos, nervos, ouvidos, cabelos, coração...
Tudo que vibra gera música. Então como falar da importância da música para nós? Como, se todo o cosmos é simplesmente música? Desde a dança dos planetas até o canto minimal de uma pedra, somos essencialmente música. E´se somos música, somos a própria importância.
Vem a pré-escola. Aprendendo a civilizar-se, a criança aprende vários princípios de organização. E lá novamente está nossa musa cantando e encantando. Por vezes, travestem nossa homenageada com feios trajes, que desmerecem a pureza das crianças.
Queira Deus que os pequeninos possam curtir cada vez mais, música de boa e verdadeira qualidade. Música que ajuda desreprimir movimentos, expressividade, e até produzir valores morais, sem ser moralista.
O pequeno ser crescerá em meio a uma vasta floresta sonora. E sua adolescência será povoada que jamais esquecerá: redes sonoras de apoio e euforias e decepções românticas; atitudes e celebrações coletivas.
O pós- adolescente entrará no mercado de trabalho, na selva humana competitiva e alucinada. Novamente está a música lá, acalmando, criando identificação com momentos e movimentos, provocando reflexão, catarse, contatos reais com o universo dos sentimentos.
Dama da invisibilidade, amiga do coração, princesa sonora. As plantas também te amarão ou murcharão, se te usarem mal...
Nas biodanças, nas musicoterapias, nas discotecas, nas escolas, vento divino que sopra e sensibiliza. Música,é para ti esta homenagem.
E quando enterrarem o meu coração na curva do rio, antes do último suspiro, beberei pelos ouvidos o som das águas e o canto dos pássaros; o som dos grilos e o silêncio da montanha, eterna sinfonia que sempre me ajudou a sentir que faço parte, parte e instrumento da grande orquestra sonora.

POBRES BRASILEIROS RICOS!

Em nenhum outro país os ricos demonstraram mais ostentação que no Brasil. Apesar disso, os brasileiros ricos são pobres. São pobres porque compram sofisticados automóveis importados, com todos os exagerados equipamentos da modernidade, mas ficam horas engarrafados ao lado dos ônibus de subúrbio. E, às vezes, são assaltados, seqüestrados ou mortos nos sinais de trânsito. Presenteiam belos carros a seus filhos e não voltam a dormir tranqüilos enquanto eles não chegam em casa. Pagam fortunas para construir modernas mansões, desenhadas por arquitetos de renome, e são obrigados a escondê-las atrás de muralhas, como se vivessem nos tempos dos castelos medievais, dependendo de guardas que se revezam em turnos.
Os ricos brasileiros usufruem privadamente tudo o que a riqueza lhes oferece, mas vivem encalacrados na pobreza social. Na sexta-feira, saem de noite para jantar em restaurantes tão caros que os ricos da Europa não conseguiriam freqüentar, mas perdem o apetite diante da pobreza que ali por perto arregala os olhos pedindo um pouco de pão; ou são obrigados a restaurantes fechados, cercados e protegidos por policiais privados. Quando terminam de comer escondidos, são obrigados a tomar o carro à porta, trazido por um manobrista, sem o prazer de caminhar pela rua, ir a um cinema ou teatro, depois continuar até um bar para conversar sobre o que viram.
Mesmo assim, não é raro que o pobre rico seja assaltado antes de terminar o jantar, ou depois, na estrada a caminho de casa. Felizmente isso nem sempre acontece, mas certamente, a viagem é um susto durante todo o caminho. E, às vezes, o sobressalto continua, mesmo dentro de casa.
Os ricos brasileiros são pobres de tanto medo. Por mais riquezas que acumulem no presente, são pobres na falta de segurança para usufruir o patrimônio no futuro. E vivem no susto permanente diante das incertezas em que os filhos crescerão. Os ricos brasileiros continuam pobres de tanto gastar dinheiro apenas para corrigir os desacertos criados pela desigualdade que suas riquezas provocam: em insegurança e ineficiência. No lugar de usufruir tudo aquilo com que gastam, uma parte considerável do dinheiro nada adquire, serve apenas para evitar perdas.
Por causa da pobreza ao redor, os brasileiros ricos vivem um paradoxo: para ficarem mais ricos têm de perder dinheiro, gastando cada vez mais apenas para se proteger da realidade hostil e ineficiente. Quando viajam ao exterior, os ricos sabem que no hotel onde se hospedarão serão vistos como assassinos de crianças na Candelária, destruidores da Floresta Amazônica, usurpadores da maior concentração de renda do planeta, portadores de malária, de dengue e de verminoses. São ricos empobrecidos pela vergonha que sentem ao serem vistos pelos olhos estrangeiros.
Na verdade, a maior pobreza dos ricos brasileiros está na incapacidade de verem a riqueza que há nos pobres. Foi esta pobreza de visão que impediu os ricos brasileiros de perceberem, cem anos atrás, a riqueza que havia nos braços dos escravos libertos se lhes fosse dado direito de trabalhar a imensa quantidade de terra ociosa de que o país dispunha. Se tivesse percebido essa riqueza e libertado a terra junto com os escravos, os ricos brasileiros teriam abolido a pobreza que os acompanha ao longo de mais de um século. Se os latifúndios tivessem sido colocados à disposição dos braços dos ex-escravos, a riqueza criada teria chegado aos ricos de hoje, que viveriam em cidades sem o peso da imigração descontrolada e com uma população sem miséria.
A pobreza de visão dos ricos impediu também de verem a riqueza que há na cabeça de um povo educado. Ao longo de toda a nossa história, os nossos ricos abandonaram a educação do povo, desviaram os recursos para criar a riqueza que seria só deles, e ficaram pobres: contratam trabalhadores com baixa produtividade, investem em modernos equipamentos e não encontram quem os saiba manejar, vivem rodeados de compatriotas que não sabem ler o mundo ao redor, não sabem mudar o mundo, não sabem construir um novo país que beneficie a todos. Muito mais ricos seriam os ricos se vivessem em uma sociedade onde todos fossem educados.
Para poderem usar os seus caros automóveis, os ricos construíram viadutos com dinheiro de colocar água e esgoto nas cidades, achando que, ao comprar água mineral, se protegiam das doenças dos pobres. Esqueceram-se de que precisam desses pobres e não podem contar com eles todos os dias e com toda saúde, porque eles (os pobres) vivem sem água e sem esgoto. Montam modernos hospitais, mas tem dificuldades em evitar infecções porque os pobres trazem de casa os germes que os contaminam. Com a pobreza de achar que poderiam ficar ricos sozinhos, construíram um país doente e vivem no meio da doença.
Há um grave quadro de pobreza entre os ricos brasileiros. E esta pobreza é tão grave que a maior parte deles não percebe. Por isso a pobreza de espírito tem sido o maior inspirador das decisões das decisões governamentais das pobres ricas elites brasileiras. Se percebessem a riqueza potencial que há nos braços e nos cérebros dos pobres, os ricos brasileiros poderiam reorientar o modelo de desenvolvimento em direção aos interesses de nossas massas populares. Liberariam a terra para os trabalhadores rurais, realizariam um programa de construção de casas e implantação de redes de água e esgoto, contratariam centenas de milhares de professores e colocariam o povo para produzir para o próprio povo. Esta seria uma decisão que enriqueceria o Brasil inteiro - os pobres que sairiam da pobreza e os ricos que sairiam da vergonha, da insegurança e da insensatez.
Mas isso é esperar demais. Os ricos são tão pobres que não percebem a triste pobreza em que usufruem suas malditas riquezas.
Cristovam Buarque

Brasil Posted by Hello

domingo, abril 17, 2005

YESTERDAY WAS MY BIRTHDAY!

Como diz o poeta Mario Quintana "O que mata o jardim não é o abandono...O que mata o jardim é esse olhar vazio, de quem por ele passa indiferente."
Hoje vou postar para todos aqueles que fazem parte da minha vida, que enfeitam e perfumam o meu jardim e agradecer de coraçao pelas mensagens de carinho!
Cuidemos bem do nosso jardim,que é a nossa alma, para que sempre possa desabrochar lindas flores!
Fiquei mais velhinha! Mas o fato de envelhecer,me surpreende.Devem pensar, é loucura! Porque a maioria de nos(principalmente as mulheres) temos um idéia aversa ao envelhecimento. Mas, nao!? Faz bem para o meu ego. Me sinto mais mulher,feliz, madura, apesar dos cabelos brancos que de abelhudos, insistem aparecer.E dai? Quem liga? Mais um toque de charme!Nao tem nada que uma "color" nao resolva.(rsrs)
Beijos!Adoro vocês!

sexta-feira, abril 08, 2005

Espelho da esperança

Há tantos gritos de desespero,
Há tanto apelo,
Há tanta gente sem meios, tanta areia
Nos olhos de quem chora.
Há tanta sujeira no meio da rua
E gente nua, e gente cega,
Há tanta guerra e gente sem rumo,
Há tantos muros...
Há tantas mãos que se levantam,
E pouca esperança,
Pra tanta criança que não se alimenta,
Há pouca dança.
Há pouca alegria e muita agonia,
E tanta hipocrisia,
Há poucas mãos que se estendem
E tanta mentira...

Há corações que só sentem fome,
Há tantos nomes sem nomes,
Há corações que nem fome sentem,
Não sentem nada, não sentem...
Há tantos culpados inocentes,
E martírio do diabo,
Há tanta máscara de pungência,
E anjos que morrem calados.
Há solidão em meio ao caos,
Há tiros de paz?
Há tantos gritos no silêncio,
Há guerra no vento...
Há tanta morte da vida,
Mas enquanto há quem acredita,
Enquanto houver quatro braços,
Haverá abraços... (autoria desconhecida)

domingo, abril 03, 2005

:: Mudanças ::

O collant virou body
O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone
A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
"Problemas de moça" viraram TPM
Confete virou MMA
Crise de nervos virou stress
A chita virou viscose
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal
Ninguém mais vê...Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service
A tristeza, depresão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão
O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD
A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O album de fotos é mostrado por email
O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do "não", não se tem medo
O break virou street
O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também
O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Byke
Polícia e ladrão virou counter strike
Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato
Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Gal virou fênix
Raul e Renato,Cássia e Cazuza,Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...
A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!
A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam maisA
guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...... De tudo.
Inclusive de notar essas diferenças.
(Autoria desconhecida)

Momento de descontração

Um sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente, quando vê um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado.
Ele se vira para o chinês e pergunta: - Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o seu defunto virá comer o arroz?
E o chinês responde: - Sim, e geralmente na mesma hora quando o seu vem cheirar as flores!!!
"RESPEITAR AS OPÇÕES DO OUTRO, EM QUALQUER ASPECTO, É UMA DAS MAIORES VIRTUDES QUE UM SER HUMANO PODE TER. "AS PESSOAS SÃO DIFERENTES, AGEM DIFERENTE, E PENSAM DIFERENTE". "NUNCA JULGUE. APENAS COMPREENDA!!"

Acessos:

Image by FlamingText.com
Image by FlamingText.com