Eterna aprendiz

Não existe nada mais fatal para o pensamento que o ensino das respostas. Para isso existem as escolas: não para ensinar as respostas, mas para ensinar as perguntas. As repostas nos permitem andar sobre terra firme. Mas somente as perguntas nos permitem entrar pelo mar desconhecido" (Rubem Alves)

quinta-feira, março 09, 2006

Sexo frágil?!

Acabo de ler o artigo, publicado no Jornal Meio Norte, de autoria do meu grande amigo Edjofre dedicado ao dia internacional da mulher. Só mesmo um olhar intenso, apesar do grau de miopia, entender tão bem a alma feminina. O artigo intitulado de Sexo Frágil?! –acompanhadas de pontuações propositadamente, faz nos refletirmos em primeiro momento - Será que somos realmente sexo frágil? Ou quão admirável é o sexo feminino!
Vivemos sim, numa sociedade machista e hipócrita, como o próprio texto diz, onde a maioria dos homens não libertou ainda do tão obsoleto jargão “terra de cabra macho, sim senhor.” Esqueceram que, enquanto se acham o centro das atenções, observando apenas o seu próprio umbigo, nós mulheres, de mansinho, fomos conquistando um lugar ao sol, onde somente estrelas como nós pudessem brilhar intensamente. Estamos ai, nos mais diversos setores sociais, políticos e econômicos e, acreditem, dando conta do recado.
Sou professora, como todos sabem e o artigo serviu-me de instrumento a mais, em sala de aula como reflexão e conseqüentemente debate. Comecei a aula, falando sobre o quão importante era esse dia e em seguida li o texto. Os alunos(machos) como sempre, olhavam para os outros de soslaio, com sorrisos irônicos como se tivessem a discordar de tudo aquilo. Conseqüência de uma cultura machista impregnada.Para enfatizar e polemizar ainda mais o momento, soltei o verbo: Somos felizardas e privilegiadas por ter um dia só nosso. Foi quando o inusitado apareceu, lá no fundão do lado esquerdo da sala. Quem é professor sabe bem o que é fundão e seus adjetivos. São criaturas extremamente inteligentes, mas que levam o estudo a brincadeiras, que gostam de ficar ali mesmo, bem no fundo da sala a observar, fofocar, debater quando provocados, e um deles me solta a seguinte: Professora concordo contigo quando diz que só vocês tem um dia no ano, enquanto nós homens temos 364 dias. Tive que me conter para não soltar uma gargalhada, manter a postura, é o ócio do ofício. Ah alunos, vocês sempre nos surpreendem!
Agora sozinha posso me extravasar, ao som das minhas gargalhadas.
Parabéns Ed, o texto está à altura da nossa alma feminina!

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