Janela entreaberta, dia ensolarado como sempre, pilhas de papéis sobre a mesa, barulho de gente e de carros transitando na avenida, ventinho calmo acariciando os meus cabelos, cadeira estofada à mesa, e ao seu conforto, sentada estou, longe, muito longe dali. No escritório, apenas o meu corpo. A imaginação me guia, de companhia o papel branco sobre a mesa e o lápis a rabiscar em pensamentos flutuantes. Há dias em que o nosso “ganha pão” segue essa monotonia. Os pensamentos afloram e luzes de idéias nos transtornam ou nos aliviam. Luzes, que desaparece em fração de segundos, e a vida que segue a mesma sintonia. Tudo muda em segundos: pensamentos, pessoas, endereços... Endereço!?Meus pensamentos encalham aqui, já que estou há quilômetros e quilômetros da terra natal. Lembranças vêm à tona: os lares da minha infância, adolescência e mulher. Saudades das férias na fazenda, minha mãe nos chamando à mesa posta às refeições. Que paciência! Onze filhos, um time de futebol e a técnica ali, protetora e autoritária ás vezes. Heroína, minha mãe! Incansável! Pudera eu, ter a mesma disposição, alegria e energia ao cuidar de onze danadinhos. Minha energia é demasiada escassa para acompanhar dois que já tenho. Saudade das cavalgadas, banhos de mar, tempos de escola, cheiro de livro novo, brincadeiras, viagens inesquecíveis, adolescência, e PUFT! Tudo se vai, com a mesma velocidade de uma luz... Mas o processo de mutação continua...
Paralelo às mudanças, um endereço, esse por vezes sólido e por vezes não, há depender das circunstâncias. Circunstâncias, que me fazem refletir, e decidir me estar perto da minha base: família, irmãos, amigos de infância...
A mesma intensidade da luz, que traz saudades da vida de outrora, guiar-me-á e iluminar-me-á ao caminho do meu novo aconchego, lar. Conto com os domingos reunidos num almoço familiar, passeios ao final de semana, conversas jogadas ao léu. A rotina que me falta e me traz um vazio enorme. Sinto o brilho da luz, cada vez mais perto. Mereço!? Sim... E falta pouco. Por enquanto só me resta sonhar, acordada.
1 Comments:
eh nega, as vezes me sinto assim tambem... saudades acho que é isso que nos faz viver, junto com a certeza de que dias melhores virão !
Adoro vc amiga !
beijos,
Dil
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